sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Reflexão Andando com Cristo 42 – Fazer o bem sem olhar a quem

Muitas pessoas acham que nós pastores encontramos uma a forma de viver feliz. Pensam que temos sempre uma solução para os problemas a ponto de imaginar que eles parecem não existir pra nós, uma vez que para cada um destes problemas temos a solução ou resposta. O pior é que alguns de nós até acreditam nisto. Sinto muito em desapontá-los, mas a verdade é que não temos respostas pra tudo, e pior, temos os mesmos problemas que todos vocês, e até adquirimos outros que pra muitos nem são problemas. Essa síndrome do super homem ou mulher maravilha, que está sobre a capa do título pastoral ou líder religioso, é tão nocivo a comunhão como impróprio para ser usado.

Tenho tentado mostrar na minha comunidade junto aos irmãos, que sou um como eles, com as mesmas fragilidades, fustrações, mágoas, desapontamentos, decepções, trisezas, etc… A diferença talvez seja a forma que encaro esses problemas e essas situações. Aqui posso falar por mim, não tenho certeza que outros líderes religiosos pensam da mesma maneira, mas, falando por mim, digo que procuro encontrar uma fórmula para entender cada um destes problemas. Primeiro porque entendo que os problemas tem uma razão de existir, eles sempre trás algo de ensinamento e preparo pra nós, e assim, vejo todas as coisas e as sobreponho há sentimentos contraditórios e isso tem dado um excelente resultado. Exemplos: quando me sinto solitário, procuro afetividade com algum amigo; quando alguém me causa alguma maldade, eu procuro alguém que só faz bondade pra mim; quando estamos carentes, procuramos a família que nos trás carinho; quando faço algo que causa tristeza em alguém, eu procuro o caminho do arrependimento; quando não consigo ver a luz no fim do túnel, eu olho para a esperança. Esses são alguns dos mecanismos que uso para aplacar alguns dos nossos problemas. Na verdade essa técnica foi usada pelo próprio Jesus, por isso muito gente não entende, porque será que Ele trazia bondade para aqueles que queria a maldade. Comia com os pobres e os traziam para o seu convívio discipular e eram pessoas comuns. Para àqueles que queriam condenar a adúltera com pedras, Ele colocou o mesmo grau de condenação para os acusadores. Em fim, a técnica de Jesus era mostrar que o se o problema existe de uma lado a solução está do outro lado, assim, é só inverter a situação colocando sobre ela um sentimento contrário ao problema, isso muda a nossa forma de enxergá-lo e nos ensina o caminho da solução.

Para que se tenha uma forma eficaz de fazer isso, precisamos conhecer bem os sentimentos pós e contras que podemos encontrar e isso deve ser a busca de um líder que pretende ser bem preparado para cuidar das situações diversas.

Sendo assim, o líder espiritual aprovado deve carregar em si muita afetividade que é a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém. Deve sempre trazer a alegria pois ela ajuda na segurança, mas não pode ser uma alegria forçada pois esta é notada. Alegria é expressada por sorrisos, contentamento, e ela é sempre verbalmente agradecida. A demostração de amor deve ser sempre bem clara, o amor está acima das diferenças, da discórdia, do desentendimento. Esse amor envolve e traz um vínculo emocional. Deve permitir que o outro seja amigo, pois a amizade em sentido amplo, é um relacionamento que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo, ou seja, pensar no outro. Deve distribuir um “espírito” de bondade que pode manisfestar-se apenas por você mostrar que há disposição em não fazer o mal, por isso você só quer o bem do outro. Isso deve ser feito com muito carinho que pode ser transmitido com um simples olhar ou um forte abraço, o que ocorrerá independente de sexo, cor ou religião. Caso tenha feito algo de ruim à alguém, use a chave do arrependimento, nunca é tarde para arrepender-se, espiritualmente arrepender significa deixar Deus agir. Precisamos usar de compaixão com os outros. A compaixão combina-se à um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, ou seja, coloque-se no lugar do outro, talvez entenda um pouco da sua dor, a psicologia chama isso de empatia.

Sempre tenha em mente que tudo que o outro precisa é enxergar uma esperança e que o seu dever é apenas ajudá-lo à encontrar. Faça isso baseado no caminho da felicidade, simpatia e bom humor. De alguma forma devemos começar esse processo com graditão, ser grato pelo que recebeu de Deus, pelo que Ele fez até aqui (“até aqui nos ajudou o Senhor…”), tenha paciência para concretizar algo, hoje em dia o sentimento que mais uso é a paciência, percebi que ela nos dá calma, traz paz e nos ensina e ter controle sobre as coisas. Sempre que a situação envolve pessoas temos que ser humilde, a humildade nos ensina a dar espaço ao outro, ouvir o outro, mostrar pra ele que a sua fala é importante e existe um prazer em ouvi-lo.

As vezes em alguns casos temos que ser resignados quando uma situação é tanto ruim quanto imutável, ou quando a mudança só é possível a um grande preço ou risco. Nesta hora não há muito o que fazer a não ser ficar do lado, orar e chorar juntos. Mas ainda assim poderá transmitir o caminho da segurança e mostrar que tudo passa e o tempo é o nosso mestre sensorial e subjetivo.

Queridos, procurem aplicar algumas das coisas aqui faladas e com isso construa a sua volta um ambiente de bondade e paz. Você não precisa ser um mosteiro, mas pode trazer o mosteiro pra perto de você. Estar perto de você deve ser bom a ponto de gerar prazer e alegria aos outros.

Vamos continuar juntos e que o amor de Deus esteja conosco para nos trazer uma ambiente de alegria e Paz.

Bjs à todos e até manhã.

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