Reflexão andando com Cristo 13 – A Igreja II

A Igreja não pode esquecer que é AMOR, para se transformar em mera SEDUÇÃO. O amor é partilha, envolvimento e igualdade, a sedução é egoísta, desigual e interesseira. A sedução finge que é amor, o amor é auto-evidente e transbordante. A má fé conduz a sedução, o amor é a própria fé.

Jesus Cristo não traçou o plano institucional da Igreja. Não versou sobre sua organização. Isso coube ao homem, como desafio. Desafio porque uma vez tocado e transformado pela palavra herdada de Cristo, deveria divulgá-la ao mundo, potencializar a sua força e resguardá-la em um espaço próprio, ao alcance de todos. Os mecanismos para isso foram criados pelo próprio homem e sujeito aos seus desacertos. E cabe ao próprio homem os seus reiterados reajustes.

O centro da vida da Igreja é o Cristo ressurreto e soberano e a Igreja é conduzida pelo Espírito a um novo relacionamento com Deus. A Igreja é o sinal de reconciliação do homem com Deus. A Ceia é assim por dizer, a parte central da Igreja, uma vez que nos remete a morte de ressurreição de Cristo. A igreja vem dar o testemunho do Reino de Deus na comunidade, proclamando o evangelho de Cristo em um mundo falido. Precisa conviver no mundo, pois é no mundo e para o mundo que Deus chama o povo, para ser, povo de Deus.

Sabemos que a relação do ser humano com Deus tornou-se desgastada em conseqüência do pecado e isso acabou atingindo a humanidade e a história. No entanto, é na Igreja que Deus começa a fazer esse resgate com o seu projeto de renovação do ser humano (separado para Deus), em direção à redenção final. Isso é, num segundo momento, uma demonstração do constante cuidado de Deus com a sua criação. O que é preciso é que a Igreja reconheça a sua responsabilidade como missão de Deus aqui na terra.

A Igreja também nos ajuda a expressar o relacionamento entre a humanidade na perspectiva do Reino de Deus. A Igreja é criada no mundo e no mundo é chamada por Deus para que através dela seja proclamado o evangelho. Neste sentido, a Igreja está a serviço da humanidade.

A Igreja é comunidade chamada à permanência do relacionamento pessoal de Deus com a criação, sustentada pelo Espírito Santo é renovada e alcança a unidade no amor. A vitória de Cristo sobre a morte na ressurreição toma a forma de afirmação confiante e alegre no propósito reconciliador e salvador de Deus para o mundo.

A Igreja é também o testemunho de Deus no mundo, para isso precisa apresentar o caminho da verdade e a vida. Todos os membros são chamados a dar testemunho por meio de diversos dons. Esse testemunho deve ser apresentado pelo amor de Cristo. Ao receber o amor de Deus, a Igreja sente-se vocacionada a distribuir esse amor em forma de serviço à humanidade. Por meio desse serviço a Igreja, enquanto mistério, baseada no amor de Deus Triúno, torna-se sinal da presença do Reino de Deus em Jesus Cristo.

A Igreja tem sido evangelizada por Deus. Ao participar no ministério revelado de Deus em Cristo ingressa na missão divina da evangelização do mundo por meio da proclamação das boas novas do Reino. Ao se tornar sinal profético recebe de Deus o ministério de reconciliação na humanidade. Ao viver na qualidade de comunidade cheia do Espírito em comunidade com Cristo, recebe o mandato de participar na tarefa da reunião de todos os filhos de Deus espalhados pela terra.

Temo um dia ver a igreja de Deus banalizada pelo mundo, por motivos óbvios. Hoje estamos assistindo uma transformação dos valores, que de alguma forma está revertendo à ética e a moral. As doutrinas são criadas baseadas na presença física e demonstração de crescimento numérico dos campos. A cruz e o sofrimento estão fora de moda na igreja de hoje.

Deus nunca perderá a esperança em procurar esta igreja, na certeza de que um dia poderemos dizer juntos: “Somos a Igreja do Senhor”, onde teremos homens e mulheres dos quais o mundo não é digno de tê-los.

Ainda extraído do livro “A Igreja de Hoje aos Olhos de Jesus”.

Fica na Paz e que Deus abençoe à todos.